A preocupação com a gestão de acessos é latente nas organizações e não é por acaso, empresas de todo o mundo estão presenciando um aumento exponencial de ataques cibernéticos e tentativas de fraudes no universo digital.A governança de identidades (IGA) deixou de ser uma função operacional de TI e passou a ocupar o centro das decisões estratégicas nas empresas. Em um cenário onde ataques cibernéticos crescem exponencialmente, e a identidade digital se consolida como o novo perímetro, fortalecer a gestão de acessos tornou-se um imperativo de negócio. Entender essa evolução — das falhas de credencial ao Zero Trust, do CIEM ao Identity Fabric — é fundamental para reduzir riscos, acelerar compliance e aumentar a resiliência operacional.
Direto ao ponto:
– A identidade é hoje o principal vetor de ataque, exigindo governança contínua e centralizada.
– Zero Trust depende diretamente de uma IGA robusta para aplicar verificação constante e Privilégio Mínimo.
– SSO sozinho não garante segurança: sem IGA, o risco se concentra em um único ponto de falha.
– O passwordless se consolida como tendência em 2024/2025, reduzindo incidentes ligados a senhas.
– O custo médio de um vazamento no Brasil (R$ 6,7 milhões) torna a IGA um investimento de impacto financeiro direto.
– Identity Fabric elimina silos de identidade e viabiliza governança em ambientes híbridos e multi-cloud.
– CIEM se torna essencial para reduzir permissões excessivas e aplicar Privilégio Mínimo na nuvem.
– A integração RH–TI é crítica para provisionamento seguro e eliminação de contas órfãs.
– IA eleva a IGA ao nível 2.0, permitindo auditoria inteligente, detecção de anomalias e mitigação preditiva de riscos.

Essa mudança de percepção é impulsionada pela própria escala do risco. O Brasil já ocupa a segunda posição global em volume de ataques cibernéticos, registrando em média 1.379 golpes por minuto. Nesse contexto, modelos tradicionais baseados em perímetros se tornaram insuficientes. A identidade passou a ser a camada mais atacada — e também a mais crítica para a continuidade do negócio.
A exposição financeira também ganhou peso estratégico. O custo médio de um vazamento de dados no Brasil chegou a R$ 6,7 milhões em 2024, tornando evidente que a segurança deixou de ser apenas um gasto necessário e passou a representar um investimento capaz de evitar perdas catastróficas. Empresas que não fortalecem sua governança de identidades assumem riscos diretos sobre seu balanço patrimonial.
Grande parte dessas ameaças está associada à exploração de credenciais fracas ou comprometidas. Já são mais de 84 milhões de contas brasileiras vazadas, incluindo dados como e-mails, telefones e endereços — material suficiente para movimentar ataques altamente direcionados. Ainda assim, muitos gestores continuam tratando a IGA como uma iniciativa secundária ou exclusivamente técnica, quando, na prática, ela é o ponto estruturante da estratégia de segurança corporativa.
Priorizar a governança de identidades significa atuar diretamente na raiz do problema: garantir que quem acessa o quê, quando e por qual motivo esteja alinhado às políticas de negócio. Esse controle refinado não apenas reduz vulnerabilidades operacionais, como também sustenta auditorias, elimina contas órfãs, fortalece o Privilégio Mínimo e aumenta a capacidade da empresa de responder rapidamente a incidentes — competências fundamentais para um ambiente onde a identidade é, ao mesmo tempo, a maior fragilidade e a principal linha de defesa.
Governança de Acessos na Prática: desconstruindo mitos que ainda travam a segurança corporativa
A consolidação da identidade como novo perímetro exige uma revisão profunda de como as empresas entendem — e aplicam — seus controles de acesso. Para isso, é essencial compreender dois fundamentos que sustentam a segurança moderna:
Zero Trust, o modelo que assume que nenhum usuário, dispositivo ou aplicação é confiável por padrão. Cada acesso precisa ser verificado continuamente, considerando contexto, comportamento e nível de risco. Em vez de confiar no perímetro, Zero Trust aplica o Privilégio Mínimo em cada ação — garantindo que cada operação seja estritamente necessária e autorizada.
IGA (Identity Governance and Administration), por sua vez, é a camada que torna Zero Trust viável. Ela centraliza e automatiza o ciclo de vida de identidades e privilégios, determina quem pode acessar o quê, define regras de permissão e garante que esses acessos sejam revisados, auditáveis e ajustados conforme cada mudança organizacional. Sem uma plataforma robusta de IGA, Zero Trust permanece apenas no campo da teoria, sem capacidade real de escala.
Na prática, boa parte dos obstáculos para avançar em Zero Trust, maturidade em IAM e prevenção de fraudes digitais não está na tecnologia em si, mas nas percepções equivocadas sobre o papel da IGA e das ferramentas de autenticação. Superar esses mitos é essencial para que a segurança deixe de ser reativa e passe a operar como um habilitador estratégico do negócio.
Um dos equívocos mais comuns é a ideia de que a governança de identidade seria apenas uma função técnica restrita ao time de TI. Na realidade, ela é o alicerce da segurança moderna. Investir em IGA não apenas aumenta a visibilidade sobre acessos e privilégios, como reduz erros operacionais, fortalece auditorias e permite implementar políticas consistentes em ambientes híbridos e distribuídos. É justamente essa base que viabiliza a adoção real do modelo Zero Trust — que exige verificação contínua, entendimento de contexto e controle preciso de privilégios.
Outra percepção equivocada recorrente envolve o Single Sign-On (SSO). Embora o SSO seja indispensável para simplificar a experiência do usuário e reduzir a fadiga de múltiplos logins, ele não substitui a governança de identidade. Pelo contrário: sem IGA, o SSO concentra riscos ao centralizar autenticações em um único ponto de falha. É a IGA que garante a aplicação contínua de políticas de segurança, o monitoramento do uso de credenciais, a detecção de comportamentos anômalos e a revisão recorrente de acessos sensíveis — tudo o que Zero Trust exige na prática.
Além disso, o próprio paradigma de autenticação está passando por uma transição acelerada. A dependência de senhas, historicamente um dos maiores pontos fracos das estratégias de segurança, perde espaço para métodos mais robustos. Em 2024 e 2025, a autenticação passwordless deve se tornar o novo padrão — baseada em biometria, passkeys e fatores criptográficos. Essa evolução reduz riscos associados a phishing e credenciais reutilizadas, mas exige uma orquestração refinada, algo só possível com uma IGA madura e integrada.No fim, a mensagem central é clara: SSO não é governança. Segurança sem IGA é incompleta. E Zero Trust, sem visibilidade profunda de identidades e privilégios, é impossível de escalar. Superar esses mitos é o primeiro passo para evoluir a gestão de acessos, reduzir superfície de ataque e construir uma estratégia realmente alinhada às necessidades do negócio digital.

Da Governança ao Valor Estratégico: como a IGA transforma segurança em vantagem competitiva
A evolução da identidade como novo perímetro não exige apenas novas ferramentas, mas uma mudança na forma como as empresas entendem segurança e operação. Se antes a IGA era vista como controle técnico, hoje ela se tornou um elemento que impacta eficiência, redução de riscos e velocidade de negócios.
A governança moderna não se limita a proteger sistemas: ela organiza a casa. Ao centralizar regras, automatizar fluxos e padronizar acessos, a IGA reduz retrabalho, elimina permissões desnecessárias e acelera processos internos. Em ambientes com múltiplos sistemas, APIs e workloads, essa orquestração é o que permite que equipes trabalhem com autonomia sem abrir brechas para riscos.
O ciclo de vida de acessos é um dos melhores exemplos desse impacto. Sem automação, onboarding e desligamentos se tornam lentos e imprecisos, criando contas órfãs, acessos excessivos e dependência da TI. A IGA resolve esse problema ao sincronizar automaticamente identidade, função e privilégio — protegendo contra ameaças internas e garantindo conformidade contínua.
Essa visibilidade também fortalece o C-Level, que passa a entender onde estão privilégios críticos, riscos de segregação e pontos de vulnerabilidade. Com isso, decisões sobre auditoria, expansão, integrações e compliance se tornam mais ágeis e embasadas.
Por fim, a maturidade em governança depende de responsabilidade compartilhada. A TI opera a plataforma; RH define o ciclo de vida; jurídico define regras sensíveis; áreas de negócio validam necessidades reais. Quando essa engrenagem funciona, a segurança deixa de ser barreira e passa a ser sustentação para crescer.
Em um ambiente onde cada minuto de exposição representa impacto financeiro, governança de identidades não é apenas proteção — é vantagem competitiva.
Escalabilidade e Maturidade em Governança: da Nuvem ao Capital Humano
A ideia de que a governança de acessos é complexa demais para pequenas e médias empresas — ou aplicável apenas a grandes corporações — já não se sustenta no cenário atual. Com a expansão acelerada da computação em nuvem, qualquer organização que opera com múltiplos serviços SaaS, ambientes híbridos ou workloads distribuídos precisa lidar com o mesmo problema estrutural: silos de identidade, permissões inconsistentes e falta de visibilidade centralizada. A escalabilidade deixou de depender do tamanho da empresa e passou a depender da capacidade de orquestrar identidades de forma unificada.
Nesse contexto, a nuvem traz benefícios evidentes, mas também uma complexidade padronizada: não importa o porte da organização, ambientes multi-cloud ampliam exponencialmente o número de identidades, políticas, chaves, funções e permissões. Tentar gerenciar tudo manualmente limita a escalabilidade e aumenta a exposição a riscos operacionais — sobretudo quando acessos permanecem ativos além do necessário ou quando permissões excessivas são concedidas para acelerar a operação.
É aqui que surge o papel estratégico do Identity Fabric, uma arquitetura que cria um “tecido de identidade” capaz de interconectar sistemas, aplicações e provedores de nuvem de maneira consistente. Ele viabiliza políticas de identidade unificadas, reduz a fragmentação e permite que as empresas adicionem ou removam componentes de IAM com rapidez, sem comprometer compliance ou segurança. Com padrões abertos como OAuth e OpenID Connect e uma abordagem API-First, o Identity Fabric suporta o crescimento do negócio sem que a complexidade se torne uma barreira operacional.
Ao mesmo tempo, a expansão das operações em nuvem tornou indispensável o CIEM (Cloud Infrastructure Entitlement Management). Em AWS, Azure e GCP, permissões excessivas ou não utilizadas são as principais portas de entrada para ataques. O CIEM fornece visibilidade sobre direitos efetivos, detecta rapidamente acessos arriscados e automatiza recomendações baseadas no Privilégio Mínimo. Ele traduz o Zero Trust para a infraestrutura da nuvem e reduz drasticamente o risco operacional ligado à expansão de workloads.
Em síntese, escalar governança não é apenas adotar tecnologias modernas, mas alinhar arquitetura, processos e pessoas. Identity Fabric e CIEM sustentam a evolução técnica; responsabilidade compartilhada e integração com RH sustentam a evolução cultural. Juntas, essas duas camadas formam a base para uma gestão de acessos consistente, segura e pronta para os desafios da era multi-cloud.
IGA 2.0 e Inteligência Preditiva: o futuro da segurança começa na identidade
A nova geração de Governança de Identidades marca a transição definitiva de controles reativos para mecanismos de defesa inteligentes. Impulsionada por Inteligência Artificial e Machine Learning, a IGA 2.0 redefine o papel da identidade na segurança corporativa: ela deixa de ser apenas um ponto de autenticação para se tornar um centro de decisão capaz de antecipar riscos, bloquear comportamentos suspeitos e apoiar auditorias com precisão inédita.
Esse salto tecnológico não é cosmético — é estrutural. A IA permite que a governança deixe de olhar apenas para o passado (logs, revisões, concessões antigas) e passe a atuar no presente e no futuro. Plataformas modernas já utilizam modelos de aprendizado para prever conflitos de Segregação de Funções, identificar anomalias antes que elas se tornem incidentes e reduzir drasticamente o esforço manual de certificações e processos de conformidade. Além de reforçar a segurança, essa inteligência preditiva libera tempo da TI, reduz custos operacionais e acelera o compliance com regulatórios como LGPD e PCI.

Os casos de uso tornam essa evolução ainda mais clara. Em auditorias e ciclos de certificação, a IA prioriza automaticamente os acessos mais arriscados, direcionando o trabalho humano apenas para exceções críticas. Em ambientes como SAP e plataformas financeiras, análises preditivas de SoD ajudam a evitar a criação de combinações tóxicas de privilégios — antes mesmo de um acesso ser concedido. E com o avanço da análise comportamental (UBA), a organização passa a detectar desvios em tempo real, desde acessos fora do padrão até tentativas de uso indevido de credenciais, reduzindo a janela entre a anomalia e a resposta.
Essa evolução demonstra que a IGA 2.0 não é apenas mais eficiente — ela é mais estratégica. Em um cenário em que o custo médio de um vazamento no Brasil atingiu R$ 6,7 milhões, investir em governança deixou de ser proteção e passou a ser prevenção de perda financeira. A empresa que enxerga a IGA como alavanca de negócios — e não como despesa de TI — avança mais rápido, reduz riscos internos, melhora sua postura de segurança e opera com maior agilidade.
Para líderes e executivos de tecnologia, os próximos passos são claros: adotar arquiteturas de Identity Fabric para reduzir a fragmentação de identidades; fortalecer a integração entre RH e TI para garantir provisionamento e desprovisionamento automatizados; e priorizar plataformas que combinem IGA, IA e CIEM para aplicar Privilégio Mínimo em escala. Esses movimentos elevam a maturidade de segurança e permitem que as organizações naveguem com confiança na era Zero Trust.
Onde a Digiage se conecta a essa visão
A Digiage atua exatamente nesse ponto em que identidade, governança e tecnologia convergem para gerar impacto real nos negócios. Com expertise em integração, governança de APIs, arquiteturas multi-cloud e gestão de acessos, ajudamos empresas a romper silos, modernizar sua segurança e construir bases sólidas para Zero Trust.
Trabalhamos lado a lado com equipes técnicas e de negócio para implementar soluções de IGA, Identity Fabric e CIEM que escalam, reduzem riscos e aumentam a eficiência operacional — sempre com foco em maturidade, automação e inteligência. Em um cenário onde identidade é o novo perímetro, a Digiage apoia organizações a transformar risco em vantagem competitiva, com governança moderna, estratégica e preparada para o futuro.

